A Escola Politécnica na Revolução de 1932

 

Parte III – Os Morteiros

 

Outra arma desenvolvida durante os combates foi o morteiro, que contrabalançou em parte o grande número de peças de artilharia do governo central. Foi fabricado um morteiro tipo Stokes, chamado Marcelino, em homenagem ao capitão de mesmo nome que morreu junto com o coronel Júlio Marcondes Salgado em um teste com a arma.

 

A pólvora para as granadas, o projétil de explosão, além de bombas para aviões de até setenta quilogramas foram fabricadas pela Escola.

 

O laboratório de Ensaios de Materiais da Escola Politécnica participou no esforço de fabricação de munição de artilharia.

 

Fabricavam-se bombas de fumaça de 10 e 15 quilogramas para dificultar a visibilidade das forças federais e lança-chamas, “interessante arma vomitadora de longa língua de fogo à temperatura de 1700°C”, conforme relatado na Revista Politécnica.

 

Foram feitos também lança-chamas para carros blindados e montados sobre carretas. “O efeito dessa arma sobre o inimigo era de forte poder desmoralizador”. Munições para fuzis e metralhadoras também foram fabricadas na Escola, que chegou a adaptar máquinas de parafusos para produzir cartuchos.

 

Nas oficinas ferroviárias paulistas, sob supervisão direta da Escola Politécnica, foram construídos quatro trens blindados. Para patrulhar o Rio Grande, na fronteira com o Estado de Minas Gerais, foi produzida uma lancha blindada. Outros veículos blindados, tais como carros de assalto de 14 toneladas foram construídos sobre tratores. Devido ao seu peso frente a pouca resistência de pontes, fabricou-se carros mais leves, com quatro toneladas, sob chassis Ford.

 

Texto extraído do livro Escola Politécnica – 100 anos – Editora Expressão e Cultura - 1993

 

(próxima publicação: Parte IV – Desobediência Cívica)

 

Esta compilação foi montada por Sérgio Righi, estudioso do Movimento Constitucionalista de 1932 e gestor do sítio www.ultimatrincheira.com.br 

 

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